Vista Aérea de uma mãe om seu filhote |
O clássico esguicho. |
As verrugas que bem caracterizam a baleia franca. |
Os diversos estilos de saltos são bellissimos, nessa foto a retirada de quase todo o corpo da baleia da água. |
As baleias francas costumam visitar o litoral sul brasileiro durante o inverno no hemisfério sul, quando fogem do rigoroso frio da Antártida e procuram águas mais quentes para reprodução e amamentação de seus filhotes. As fêmeas podem atingir, segundo registros, mais de 17m de comprimento, e chegam a pesar 60 toneladas. O corpo é negro e arredondado, apresentando manchas brancas na barriga. São animais relativamente lentos, atingindo cerca de 12km/h. Talvez esse fato tenha feito delas uma presa fácil de caçadores.
Após séculos de caça irresponsável, apesar da situação da baleia franca estar estabilizada, a espécie continua constando na lista de animais ameaçados de extinção do Ibama.Acredita-se que hoje existam apenas cerca de 7.000 indivíduos em todo o mundo.
A reprodução desses mamíferos é poliândrica, ou seja, uma única fêmea acasala com vários machos, e para garantir sua prole, cada macho deve vencer uma concorrência difícil.
A maturidade sexual é alcançada por volta dos 7 anos. Em média, as fêmeas têm uma cria a cada 3 anos. O parto acontece entre junho e setembro. Os filhotes já nascem com 5 metros de comprimento e pesando entre 1 e 4 toneladas. A amamentação não é direta. A mãe solta o leite na água, que rico em gordura e, portanto, espesso, custa um pouco a se misturar permitindo ao filhote então abocanhar o alimento
Nas primeiras semanas de vida, os filhotes ganham 50 kg quilos e 3 cm por dia, em média. No início de novembro, já têm a metade do tamanho da mãe. Eles precisam se desenvolver rapidamente para suportarem a viagem de volta a Antártica, ao final da temporada reprodutiva. Lá aprenderão a se alimentar de krill , um pequeno crustáceo.
Entre os cetáceos, a baleia franca é a espécie que mais se aproxima do litoral, chegando às vezes até a rebentação das ondas, nas praias, ou a poucos metros dos rochedos, nos costões. Os filhotes, brincalhões, pulam em volta da mãe, viram-se de barriga para cima e se exibem em saltos e fazem a alegria dos turistas.
Apesar do tamanho, a baleia franca é um animal dócil.. Quando está em águas brasileiras, nem mesmo come, vive das reservas de gordura acumuladas nos meses de verão. Ao se alimentar, na Antártica, nada lentamente com a boca aberta e expõe as barbatanas internas, que funcionam como filtro ao captar o alimento próximo da superfície da água.
Um Pouco da História
Se hoje desfrutamos desse espetáculo, e lutamos em defesa da espécie, nem sempre foi assim: A história da caça à baleia no Brasil também é antiga, iniciou com a colonização portuguesa. no século 16, entre 1740 e 1742 surge a primeira Armação baleeira, nas proximidades da Ilha de Santa Catarina, denominada Nossa Senhora da Piedade. Nas próximas décadas, a região Sul, onde havia abundância de baleias francas, abrigaria diversas armações. A caça visava aproveitar a espessa camada de gordura das francas para produzir óleo destinado à iluminação, lubrificação e fabricação de argamassa utilizada em igrejas e fortalezas. Desta época, até o século 20, a cruel técnica de caça praticamente não mudou. As baleias eram perseguidas por barcos chamados baleeiras e arpoadas com um arpão rudimentar de ferro batido com farpas e uma haste de madeira. O animal, então, arrastava a embarcação por horas até chegar a exaustão. Ao se aproximar da baleeira, recebia diversos golpes de uma lança de ferro e sangrava até morrer. Outra prática comum era arpoar o filhote, pois desta maneira, a mãe se aproximava e era sucessivamente golpeada sem, contudo, abandonar sua cria. Acredita-se que no auge do período das Armações, 1.200 baleias tenham sido mortas por ano no litoral catarinense. A caça desenfreada por todo o Atlântico Sul levou a uma baixa populacional e, no século 19, as Armações começaram a entrar em colapso. No século 20, a caça foi retomada, apesar de acordos internacionais protegerem as baleias desde a década de 30. A última matança aconteceu em 1973, quando a baleia franca foi considerada por muitos extinta em águas brasileiras.
A última baleia franca caçada no Brasil, morreu na praia da Enseada - hoje praia do Porto - em 1973 aqui no município de Imbituba.
Em 1981, alguns pescadores catarinenses relataram aparições de baleias 'pretas' no Litoral Sul do Brasil. Em 1982, um grupo de voluntários do Projeto Baleia Franca, liderado pelo Vice-Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, confirmou a presença de uma fêmea adulta e seu filhote na praia de Ubatuba, em São Francisco do Sul (SC). A persistência dos ambientalistas, nos anos seguintes, fortaleceu a luta pela sobrevivência e pela recuperação populacional da espécie.
Em 1987, a caça foi proibida no Brasil. As conquistas de conservação ganharam espaço e legislação. Em 2000, a partir de uma proposta do Projeto Baleia Franca, um decreto federal criou a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, com 156.100 hectares, defendendo a zona de costa mais importante para a reprodução das francas. São 130 km de litoral catarinense, de Florianópolis até a praia de Rincão (RS). Em 2003, os arpões de Imbituba se tornaram peças da história: a estação baleeira da Enseada foi transformada no Museu da Baleia, o único do gênero na América do Sul.
Fontes: Projeto Baleia Franca www.projetobaleiafranca.org.br, www.guiadorosa.com.br
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